MOLÉSTIA
DA ALMA
Entrevistado:
Tenho distúrbios de comportamento, mental e emocional. Há muitos
meses, venho tomando ansiolíticos e antidepressivos, mas nada
melhora meu estado íntimo. Vivo sentimentos contraditórios: excesso
de alegria ou de tristeza, agitação ou apatia, ideias fixas ou
dispersivas. Disseram-me que estou obsediado. Sofro constantes crises
de medo e de desconfiança sem motivo algum. Considero-me um ser
humano bom; nunca fiz mal a ninguém. Por que sofro esse assédio
impiedoso? Que fazer para livrar-me da agressão dessas entidades
infelizes?
Sugestões
para o entrevistador:
Sei
que a fogueira da aflição queima junto a seu peito e você sente
estranha aura ao redor de sua mente.
Enquanto
você não assumir a responsabilidade por tudo o que lhe está
acontecendo, não encontrará a verdadeira cura para a sua alma. Não
se deve criar um mundo de explicações falsas, culpando os espíritos
pela infelicidade e desarmonia vivenciadas. Isso é distorcer o real
sentido dos acontecimentos. Você não pode culpar os outros por suas
emoções e sensações, sob pena de nada aprender sobre si mesmo.
Aceitar a total responsabilidade por sua vida é a forma mais fácil
de resolver dificuldades íntimas, mas certamente é uma tarefa que
não se realiza da noite para o dia. A autorresponsabilidade e o
significado verdadeiro das coisas submete-se mutuamente; são itens
existenciais inseparáveis.
Obsessão
é moléstia da alma. Quando você compreender a simultaneidade que
existe entre as influências espirituais negativas e seus atos e
pensamentos íntimos, mais rapidamente dissolverá o elo existente
entre eles. Alei da compensação se perpetua até que o homem tenha
resolvido suas ações equivocadas e se engajado no legítimo fluxo
das leis universais. Para cada conduta ou atitude errada a
natureza solicita uma contra-ação que a equilibre.
Na
vida estamos tecendo uma malha existencial. Acada nova situação se
interligam os fios que começamos a utilizar nas existências
anteriores. Não podemos simplesmente anular o passado, mas podemos
reformulá-lo e redirecioná-lo para a luz.
O
percurso de um novo dia é, inevitavelmente, influenciado pelas
experiências e ações dos dias precedentes.
A
aflição para você tem sabor de eternidade,
mas, em breve, ela poderá desaparecer. Basta procurar nos princípios
espíritas os apontamentos lógicos e a exata orientação de que
necessita para se libertar do desequilíbrio mental/emocional – a
causa principal de sua obsessão.
As
reuniões mediúnicas auxiliarão em muito higienizar e restaurar a
atmosfera fluídica de sua aura, contaminada por energias deletérias
açi armazenadas. Provavelmente serão afastadas as entidades que
atuam em seu dia a dia; mas se você não modificar seu modo de
pensar e agir, abandonando as suas limitações, elas ou outras
companhias desagradáveis poderão retornar.
Sua
mente guarda, zelosamente, fatos, informações, ideias e conceitos.
Sua memória é o registro fiel de tudo quanto ocorreu com você
através dos tempos, tanto no corpo físico como fora dele. Você
cria a própria realidade com sua mente.
Na
verdade, você “veste” as emoções e os pensamentos dos
espíritos e coopera na assimilação das sensações aflitivas
lançadas sobre seu corpo astral. Você é um canal de expressão, e
em sua intimidade, estão todas as matrizes de seus desarranjos. Suas
emoções são semelhantes às fases da lua: ora “crescente”, ora
“minguante”.
Não
se esqueça também que você é o único responsável pelas forças
negativas que sugam suas energias e tentam dominar a sua casa mental.
Não exste fatalidade em sua vida, apenas atração e repulsão,
conforme sua afinidade.
Na
esfera física como na espiritual só se percebe e age em um espaço
delimitado, quer dizer, cada pessoa atua segundo o seu grau de
consciência ou em consonância com sua faixa vibratória.
Na
esquina da vida, você
é um pedinte que suplica a esmola da paz. Mas, lembre-se de que é
uma usina de forças, recebendo, doando e assimilando o magnetismo de
outros seres, encarnados ou não. Os espíritos desequilibrados que
estão ao seu redor apenas exploram suas fraquezas. Buscam pontos
vulneráveis, envolvendo-o em seu baixo padrão vibracional.
Portanto, ninguém ter o poder de transtornar a sua mente, a não ser
que você ceda diante da perturbação.
Quando
você diz que é um ser humano bom, que nunca fez mal a ninguém,
acredita estar vivendo um ato de injustiça. Porventura, já se
perguntou: faço mal a mim mesmo? Será que respeito meus direitos
pessoais? Considero minhas necessidades tão importantes quanto as
dos outros?
Para
você se livrar das agressões dessas entidades, procure encontrar a
área de sua vida que está insegura e fragilizada. Reforce-a a
inicie um trabalho interior.
Desfaça
a necessidade de querer dos outros o que deve providenciar por si
mesmo. Isso o aproximará da libertação. Pouco a pouco, a aflição
que lhe atormenta os sentidos se esvairá, e experimentará uma força
nova que brotará do seu interior, equilibrando os seus sentimentos
descompensados.
Lourdes
Caterine,
Conviver e melhorar, p. 163-6.