INSPIRAÇÕES



9. Busca os tesouros do Céu (15.08.12)
8. Cantiga do Perdão (22.07.12)
7. Um encontro inesperado (08.07.12)
6. Alguns Conselhos (14.05.12)
5. A Força do Desejo (09.05.12)
4. Além da Montanha (06.05.12)
3. O Espelho da Vida (23.04.12)
2. Libertar-se da prisão (15.04.12)
1. Quando Amanhece (18.01.12)




Busca os tesouros do Céu

Carlos G. Steigleder


Avante companheiro
Não te detenhas
Nos limites que conheces
Sem que nada tenhas...

Busca os valores maiores,
Aqueles que são do céu,
Não sendo mais um miserável
Por aí, vagando ao léu.

Evita perder tempo
Com coisas sem importância,
Tu jamais irás adiante
Na companhia da arrogância.

Por que te ocupas tanto
Com bate-boca e diz-que-diz?
Será que é justo isso
O que te faz feliz?

Busca os tesouros do céu
No terreno da própria alma,
Seguindo sempre adiante
Com perseverança e calma.






CANTIGA DO PERDÃO


Não te iludas, amigo,
Por mais se expandam lágrimas contigo,
Todo lamento é vão…
Tudo o que tende para a perfeição,
Todo o bem que aparece e persiste no mundo
Vive do entendimento harmônico e profundo,
Através do perdão…
Perdão que lembre o sol no firmamento,
Sem se fazer pagar pelo foco opulento,
A vencer, dia a dia,
A escuridão da noite insondável e fria
E a nutrir, no seu longo itinerário,
O verme e a flor, o charco e o pó, o ninho e a fonte,
De horizonte a horizonte,
Quanto for necessário.
Perdão que nos destaque a lição recebida
Na humildade da rosa,
Bênção do céu, estrela cetinosa,
Que, ao invés de pousar sobre o diamante,
Desabrocha no espinho,
Como a dizer que a vida,
De caminho a caminho,
Não despreza ninguém,
E bela, generosa, alta e fecunda
Quer que toda maldade se transfunda
Na grandeza do bem…
Perdão que se reporte
À brandura da terra pisoteada,
Esquecida heroína de paciência,
Que acolhe, em toda parte, os detritos da morte
E sustenta os recursos da existência,
Mãe e escrava sublime de amor mudo,
Que preside, em silêncio, ao progresso de tudo!…
Amigo, onde estiveres,
Assegura a certeza
De que o perdão é lei da Natureza,
Segurança de todos os misteres.
Perdoa e seguirás em liberdade
No rumo certo da felicidade.
Nas menores tarefas que realizes,
Para lembrar sem sombra os instantes felizes
Na seara da luz,
Na qual a Luz de Deus se insinua e reflete,
É forçoso exercer o ensino de Jesus
Que nos manda perdoar
Setenta vezes sete
Cada ofensa que venha perturbar
O nosso coração;
Isso vale afirmar,
Na senda de ascensão,
Que, em favor da vitória,
A que aspiras na luta transitória,
É mais do que importante, é essencial
Que te esqueças, por fim, de todo mal!…
E que, em tudo, no bem a que te dês,
Seja aqui, mais além, seja agora ou depois,
Deus espera que ajudes e abençoes,
Compreendendo, amparando e servindo outra vez!…
(De Antologia da Espiritualidade, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Maria Dolores)





Um encontro inesperado
                                     Carlos G. Steigleder

Eu caminhava ao léu,
Sem saber pra onde ir,
Beirando um abismo,
Estava prestes a cair

 Quando o inesperado
Acabou acontecendo:
Sem querer, cruzei contigo,
Porte nobre, reverendo...

 Foi quando tudo mudou.
Perdido na estrada,
Propuseste seguir comigo
Até o fim da jornada.

 Eu estava cansado
E tu me revigoraste.
Pronto para desistir,
Tu me animaste.

 Agora, já não sigo ao léu,
Caminho rumo à luz,
De mãos dadas contigo,
Muito obrigado Jesus!




Alguns conselhos
                                 Carlos G. Steigleder

Pela manhã, ao acordar,
Lembra de fazer uma prece,
Manter o contato com Deus
Acalma, eleva e fortalece!

Evita começar o dia
Dominado pelo pessimismo,
Para que tudo saia certo
É preciso otimismo!

Em teus relacionamentos
Nunca faltes com a verdade,
Pois quem não é sincero
Não merece credibilidade!

Cuida o que a tua mente
Produz a cada momento,
Tanto o bem quanto o mal
Começam no pensamento!

Em tudo o que fazes
Deixa o bem ser o teu guia,
Ele te levará em segurança
Ao porto da paz e da alegria!




A Força do Desejo
                
Carlos G. Steigleder


Força íntima que nasce
E atua sem cessar
Vai moldando o destino
Que não dá pra controlar
A não ser que se comece
A refletir e a pensar

Para não tropeçarmos
No agir e no falar.
Quando assim procedermos
Tudo há de melhorar
Pois seremos os senhores
Do desejo a nos guiar.





Além da Montanha
                 Carlos G. Steigleder


Ele abandonou o Vale,

Escalou a Grande Montanha,

Viu o que havia do outro lado

Numa admirável façanha.



Quanta coisa nova

Que ele sequer imaginava

Que poderia mesmo existir

Fora de onde morava?!



Era tudo diferente

Difícil de acreditar

Faltavam as palavras

P´ra descrever e explicar.



Mas quem descobre algo novo

Não cabe em si de contente

Quer voltar para o seu lugar

E contar p´ra toda gente.



E foi o que ele fez.

Para o Vale, ele voltou.

Contou tudo para todos,

Mas ninguém acreditou.


O Espelho da Vida
                      Carlos G. Steigleder


Ergo a minha cabeça

Para contemplar o Sem-Fim

E quando me dou conta

Estou olhando é para mim.



Não p'ra minha aparência,

Camada externa do meu ser,

Mas sim p'ra minha essência

Que nem sempre consigo ver.



É aí que compreendo o infinito

Abrindo-se em múltiplas direções

Para dentro e para fora de mim,

Do abismo às amplidões.



Que estranho espelho é este

Onde me vejo como sou,

Sem as ilusões enganadoras

Às quais meu eu se aprisionou?!



Será o espelho da vida

A refletir na imensidão

Tudo o que se passa

No íntimo do meu coração?!





Libertar-se da prisão


                      Carlos G. Steigleder

      Ligado ao corpo,

      Em temporária prisão,

      Movimenta-se o Espírito

      Em constante agitação.



Quase sempre ignora

Sua verdadeira condição:

Pássaro numa gaiola

Ansiando libertação.



      Quer voar alto,

      Em plena liberdade,

      Mas segue sem entender

      A própria realidade.



Religiões e religiões

Que deveriam libertá-lo,

Mais apertam os grilhões

Ao invés de descerrá-los.



      Feliz do que se liberta

      Ainda estando na prisão,

      Decifrando os enigmas

      Que traz no coração.



Quando Amanhece

                             Carlos G. Steigleder
O despertar de um novo dia
Traz mil apelos, sempre renovados,
Para que os propósitos mais elevados
Sejam para ti fonte de sabedoria.

Vamos despertando com calma,
Tendo nos sonhos suaves lembranças
Das aventuras e das andanças
Pelo misterioso país da alma.

Assim como o orvalho cobre o chão,
Carreando as bênçãos  do Céu para a Terra,
O redespertar no corpo, em si encerra,
Novas oportunidades ao coração.

Oportunidades de luta e de crescimento,
De superação de limites, de vitória,
De conquista em conquista rumo à glória
Da grandeza oculta em cada momento.

Que o novo dia que amanhece,
Obrigando a noite a dizer adeus,
Possa te reconduzir aos braços de Deus
Ao simples balbuciar de uma prece.

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