terça-feira, 21 de fevereiro de 2012


A GERAÇÃO NOVA



      27. - Para que na Terra sejam felizes os homens, preciso é que somente a povoem Espíritos bons, encarnados e desencarnados, que somente ao bem se dediquem. Havendo chegado o tempo, grande emigração se verifica dos que a habitam: a dos que praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, os quais, já não sendo dignos do planeta transformado, serão excluídos, porque, senão, lhe ocasionariam de novo perturbação e confusão e constituiriam obstáculo ao progresso. Irão expiar o endurecimento de seus corações, uns em mundos inferiores, outros em raças terrestres ainda atrasadas, equivalentes a mundos daquela ordem, aos quais levarão os conhecimentos que hajam adquirido, tendo por missão fazê-las avançar. Substitui-los-ão Espíritos melhores, que farão reinem em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade.



      A Terra, no dizer dos Espíritos, não terá de transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas.



      Tudo, pois, se processará exteriormente, como sói acontecer, como a única, mas capital diferença de que uma parte dos Espíritos que encarnavam na Terra aí não mais tornarão a reencarnar. Em cada criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado e inclinado ao mal, que antes encarnaria, virá um Espírito mais adiantado e propenso ao bem.



      Muito menos, pois, se trata de uma nova geração corpórea, do que uma nova geração de Espíritos. Sem dúvida, neste sentido é que Jesus entendia as coisas, quando declarava: “Digo-vos, em verdade, que esta geração não passará sem que estes fatos tenham ocorrido”. Assim, decepcionados ficarão os que contem ver a transformação operar-se por efeitos sobrenaturais e maravilhosos.



Fonte: KARDEC, Allan. A Gênese. Rio, FEB, 1999. p 418-9.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012


OS ANJOS SEGUNDO O ESPIRITISMO


       12. - Que haja seres dotados de todas as qualidades atribuídas aos anjos, não restam dúvidas. A revelação espírita neste ponto confirma a crença de todos os povos, fazendo-nos conhecer ao mesmo tempo a origem e a natureza de tais seres.

       As almas ou Espíritos são criados simples e ignorantes, isto é, sem conhecimentos nem consciência do bem e do mal, porém, aptos para adquirir o que lhes falta. O trabalho é o meio de aquisição, e o fim – que é a perfeição – é para todos o mesmo. Conseguem-no mais ou menos prontamente em virtude do livre-arbítrio e na razão direta de seus esforços; todos têm os mesmos degraus a franquear, o mesmo trabalho a concluir. Deus não aquinhoa melhor a uns do que a outros, porquanto é justo, e, visto serem todos seus filhos, não tem predileções. Ele lhes diz: Eis a lei que deve constituir a vossa norma de conduta; ela só pode levar-vos ao fim; tudo o que lhe for conforme é o bem; tudo que lhe for contrário é o mal. Tendes inteira liberdade de observar ou infringir esta lei, e assim sereis os árbitros da vossa própria sorte. Conseguintemente, Deus não criou o mal; todas as duas leis são para o bem, e foi o homem que criou esse mal, divorciando-se dessas leis; se ele as observasse escrupulosamente, jamais se desviaria do bom caminho.

      13. - Entretanto, a alma, qual criança, é inexperiente nas primeiras fases da existência, e daí o ser falível. Não lhe dá Deus essa experiência, mas dá-lhe meios de adquiri-la. Assim, um passo em falso na senda do mal e um atraso para a alma, que, sofrendo-lhe as consequências, aprende à sua custa o que importa evitar. Deste modo, pouco a pouco, se desenvolve, aperfeiçoa e adianta na hierarquia espiritual até o estado de puro Espírito ou anjo. Os anjos são, pois, almas dos homens chegados ao grau de perfeição que a criatura comporta, fruindo em sua plenitude a prometida felicidade. Antes, porém, de atingir o grau supremo, gozam de felicidade relativa ao seu adiantamento, felicidade que consiste, não na ociosidade, mas nas funções que a Deus apraz confiar-lhes, e por cujo desempenho se sentem ditosas, tendo ainda nele um meio de progresso. (Vede 1ª Parte, cap. III, “O Céu”.)

      14. - A Humanidade não se limita à Terra; habita inúmeros mundos que no espaço circulam; já habitou os desaparecidos, e habitará os que se formarem. Tendo-a criado de toda a eternidade, Deus jamais cessa de criá-la. Muito antes que a Terra existisse e por mais remota que a suponhamos, outros mundos havia, nos quais Espíritos encarnados percorreram as mesmas fases que ora percorrem os de mais recente formação, atingindo seu fim antes mesmo que houvéramos saído das mãos do Criador.

      De toda a eternidade tem havido, pois, puros Espíritos ou anjos; mas, como a sua existência humana se passou num infinito passado, eis que os supomos como se tivessem sido sempre anjos de todos os tempos.

      15. - Realiza-se assim a grande lei de unidade da Criação; Deus nunca esteve inativo e sempre teve puros Espíritos, experimentados e esclarecidos, para transmissão de suas ordens e direção do Universo, desde o governo dos mundos até os mais ínfimos detalhes. Tampouco teve Deus necessidade de criar seres privilegiados, isentos de obrigações; todos, antigos e novos, adquiriram suas posições na luta e por mérito próprio; todos, enfim, são filhos de suas obras.

      E, desse modo, completa-se com igualdade a soberana justiça do Criador.

Fonte: KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Rio, FEB, 1997. p 112-4.

domingo, 12 de fevereiro de 2012


99


PROMETER



“Prometendo-lhes liberdade, sen-

do eles mesmos servos da corrup-

ção.” - (II Pedro, 2:19)


      É indispensável desconfiar de todas as promessas de facilidades sobre o mundo.

        Jesus, que podia abrir os mais vastos horizontes aos olhos assombrados da criatura, prometeu-lhe a cruz sem a qual não poderia afastar-se da Terra para colocar-se ao seu encontro.

       Em toda parte, existem discípulos descuidados que aceitam o logro de aventureiros inconscientes. É que ainda não aprenderam a lição viva do trabalho próprio a que foram chamados para desenvolver atividade particular.

        Os fazedores de revoluções e os donos de projetos absurdos prometem maravilhas. Mas, se são vítimas da ambição, servos de propósitos inferiores, escravos de terríveis enganos, como poderão realizar para os outros a liberdade ou a elevação de que se conservam distantes?

        Não creias em salvadores que não demonstrem ações que confirmem a salvação de si mesmos.

        
      Deves saber que foste criado para gloriosa ascensão, mas que só é fácil descer. Subir exige trabalho, paciência, perseverança, condições essenciais para o encontro do amor e da sabedoria.

       Se alguém te fala em valor das facilidades, não acredites; é possível que o aventureiro esteja descendo. Mas quando te façam ver perspectivas consoladoras, através do suor e do esforço pessoal, aceita os alvitres com alegria. Aquele que compreende o tesouro oculto nos obstáculos, e dele se vale para enriquecer a vida, está subindo e é digno de ser seguido.

(CAMINHO, VERDADE E VIDA. EMANNUEL)


domingo, 5 de fevereiro de 2012



COMO SURGIRAM AS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES?

Carlos G. Steigleder                               
                               
            Um dos temas mais discutidos entre os historiadores é o da origem das primeiras civilizações. Como explicar o grande salto dado pelas comunidades neolíticas há cerca de 5.000 anos? Como foi possível, num curto espaço de tempo, tantas inovações? O que aconteceu durante esse período que possibilitou o advento das primeiras civilizações?
      As primeiras civilizações se desenvolveram no Oriente Próximo, formando uma meia lua que vai do Egito ao Iraque, chamada de crescente fértil. Estas civilizações apresentam um conjunto de características comuns, tais como a escrita, o calendário baseado no sol ou na lua, uma complexa organização social-política-econômica, arquitetura monumental, conhecimentos astronômicos e matemáticos bastante precisos, entre outras.
     
         A explicação mais aceita e que é consenso entre a maioria dos especialistas na matéria é que as primeiras civilizações surgiram a partir do desenvolvimento das cidades que haviam se formando ao longo das margens dos grandes rios dos Oriente Próximo, sobretudo o Nilo, o Tigre e o Eufrates. Foram, portanto, produto das primeiras cidades. Sem contradizer esta explicação, cumpre destacar que ela não é suficiente para dar conta do nível de complexidade que aquelas civilizações atingiram e que não tinha precedentes nas cidades primitivas.
     
      O Espiritismo, ao possibilitar o entendimento da realidade espiritual e da sua interrelação com a realidade material, acrescenta informações novas à questão em pauta que merecem ser consideradas.
     
      Um dos pontos-chave do Espiritismo é a existência de coletividades espirituais (encarnadas e desencarnadas) em diferentes níveis de evolução que, por conseguinte, estão ligadas a mundos cujas características particulares refletem-lhes as conquistas ético-morais e intelectuais. Entre estas coletividades, dispersadas pelo Cosmos, existiria estreita solidariedade, ocorrendo periódicas migrações espirituais de uma coletividade para outra atendendo as mais diversas finalidades.
     
      Segundo revelações feitas pelo Espírito Emmanuel, através do médium Chico Xavier no final da década de 1930, um grande número de Espíritos teria sido exilado do mundo em que vivia por não ter conseguido acompanhar o processo de desenvolvimento ético-moral dos demais habitantes. Eram muito inteligentes mas não conseguiam solucionar diplomática e fraternalmente as suas diferenças. Sofreram, então, a pena do degredo. São os já conhecidos exilados de Capela. Este grupo de Espíritos, muito avançado do ponto de vista intelectual (é importante repetir), foi acolhido no planeta Terra, cujo desenvolvimento estava muito aquém do do mundo de onde o grupo procedia.
     
      Ainda segundo Emmanuel, esses Espíritos foram aos pouco encarnando em levas sucessivas justamente no seio das comunidades terráqueas mais avançadas, dando assim origem às primeiras civilizações. Egípcios, sumérios, caldeus, babilônios, hititas, hebreus e outros povos da mesma época, possuiriam ascendentes espirituais em um outro planeta, muito mais desenvolvido, pertencente à Constelação da Capela.
       A apresentação desses dados permite solucionar alguns dos problemas que envolvem o surgimento das primeiras civilizações. Dá uma explicação aceitável quanto à sua origem e formação; ajuda a entender de que forma civilizações distintas tiveram características idênticas sem jamais ter ocorrido nenhum tipo de contato geográfico; explica de onde veio o embasamento para a construção de grandes obras arquitetônicas, como as pirâmides e os zigurates, por exemplo; elucida a origem dos conhecimentos precisos e avançados que tinham sobre diversas áreas do saber, notadamente da astronomia; a devoção extremada aos corpos celestes, desde o sol e a lua até a estrelas mais distantes; etc.
  
      As revelações feitas por Emmanuel são, sem sombra de dúvidas, muito significativas. Complementam o estado atual das pesquisas históricas, transcendendo-as ao lançar uma nova luz sobre a problemática do nascimento daquilo que chamados de civilização e que é, em última análise, a matriz fundamental do modo de vida da atual civilização planetária.


Texto transcrito do blog: