quarta-feira, 17 de julho de 2013

ESTA É A MENSAGEM


ESTA É A MENSAGEM



Porque esta é a mensagem
 que ouviste desde o princípio:
 que nos amemos uns aos outros.

I João, 3:11



         Em todo o mundo sentimos a inquietação por novas mensagens do céu. Forças dinâmicas do pensamento insistem em receber modernas expressões de velhas verdades, ensaiando-se criações mentais diferentes. Notamos porém, que a arte procura novas experimentações e se povoa de imagens negativas, que a política inventa ideologias e processos inéditos de governar e dilata o curso da guerra destruidora, que a ciência busca desferir voos mais altos e institui teorias dissolventes da concórdia e do bem-estar.

       Grandes facções religiosas efetuam trabalho heroico na demonstração da eternidade da vida, suplicando sinais espetaculares do reino invisível ao homem comum.

        Convenhamos que haverá sempre benefício nas aspirações elevadas do espírito humano, quando sinceramente procura as vibrações de natureza divina; todavia, necessitamos reconhecer se há inúmeras mensagens substanciosas, edificantes e iluminadas na Terra, a amior e mais preciiosa de todas, desde o princípio da organização planetária, é aquela da solidariedade fraternal, no “amemo-nos uns aos outros”.

        Esta é a recomendação primordial. Sentindo-a, cada discípulo pode examinar, nos círculos da luta diária, o índice de compreensão que já possui, acerca dos Desígnios Divinos.


        Mesmo que esse ou aquele irmão ainda não a tenha atendido, inicia a execução do paternal conselho em ti mesmo.


         Ama sempre. Faze todo o bem. Começa estimando os que não te compreendem, convicto de que esses, mais depressa, te farão melhor.
 
 
Emmanuel (Espírito). Pão Nosso. 29ª Ed., Rio de Janeiro, FEB, 2012 (p 205-6)

 

domingo, 7 de julho de 2013

O GRANDE DESAFIO





       Sem qualquer dúvida, a fim de que o mundo se transforme, é necessário que haja modificação do ser humano para melhor, por ser a célula máter da sociedade. Enquanto mantiver a enfermidade espiritual resultante do atraso evolutivo, nenhuma força externa conseguirá alterar a marcha moral do planeta, desde que os seus habitantes recusem-se à transformação interior.

      Os momentos que vivemos são de esforço autoiluminativo, graças às revelações que descem à Terra com maior frequência e às informações seguras em torno do processo de mudança, oferecendo visão do futuro que a todos nos espera.

      As lições do Mestre de Nazaré, desde há dois mil anos, convocam-nos ao procedimento moral correto, à convivência pacífica e ao cumprimento dos deveres de solidariedade e de apoio aos que se encontram na retaguarda da ignorância, ou sofrendo os necessários fenômenos de recuperação pela dor, mediante os testemunhos, através das experiências aflitivas...


      Cada um deve preparar-se para acompanhar a marcha do progresso, integrando a legião dos construtores do novo período da Humanidade.


    Esse trabalho eficiente vem sendo realizado em diversos segmentos da sociedade que desconhece a realidade espiritual, graças ao fenômeno da lei de desenvolvimento ético-moral. Entre os espiritistas, no entanto, deve ser maior a contribuição renovadora, porque estão informados das ocorrências impostas pela lei, já que não podem ser postergadas. Anunciado por Jesus esse período de transição, tanto como referendado no Apocalipse, narrado por João evangelista e os profetas que se manifestaram a esse respeito no longo da História, chega o momento de cumprir-se os divinos desígnios que reservam para a Terra generosa o destino regenerador, sem as marcas do sofrimento na sua feição pungitiva e desesperadora.

        As forças do mal, porém, teimam em manter o quadro atual de desolação, ao lado dos abusos de toda ordem, porque pretendem continuar explorando psiquicamente os incautos que se lhes vinculam através dos hábitos doentios em que se comprazem na ilusão material.


       A morte inevitável, porém, a todos arrebata, e quando despertam no além-túmulo, estorcegam na realidade, lamentando os equívocos e necessitando de oportunidade para reparação. Essa não mais se dará no planeta que deixará de ser de provas, mas em outro de natureza inferior, onde se deverá expungir a maldade e a falência moral em situação muito mais aflitiva e mais amarga.


     A mediunidade a serviço de Jesus tem sido instrumento precioso para que as informações seguras em torno da vida e da imortalidade desperte os que dormem ou negam-se a entender o fenômeno da grande mudança...”

 


FRANCO, Divaldo Pereira. Amanhecer de uma nova era
– pelo Espírio Manoel P. Miranda. Salvador, BA: Leal, 2012. p 107-9.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

CONQUISTA DA INDIVIDUAÇÃO E DA GRATIDÃO




       A individuação é a conquista mais expressiva do processo evolutivo do ser humano. Aparentemente se resume na vitória do selfem relação à sombra e ao ego, assim como à superação dos arquétipos responsáveis pelos transtornos emocionais e enfermidades de outra natureza que facultam ao ser humano a perfeita compreensão da vida e das suas finalidades.


       É o momento quando a consciência toma conhecimento dos conteúdos inconscientes e prossegue realizando a sua superação, que consiste na integração dos arquétipos, a fim de que sejam evitados os conflitos habituais ou surjam novos.


        Pode parecer difícil de acontecer, por exigir grande esforço de depuração da personalidade, elegendo-se os valores mais nobres do Espírito.

       Em uma análise mais simplista, pode-se asseverar que a individuação é algo semelhante à autoiluminação dos místicos ou à conquista doreino dos céusproposta por Jesus, quando o indivíduo se liberta das exigências imediatistas do ego para se transformar em um oceano de amor e de tranquilidade, passando a vivenciar experiências emocionais superiores, sem tormentos nem ansiedades.


       Os instintos permanecem como parte integrante do conjunto fisiológico, expressando-se nas necessidades primárias automaticamente sem os impulsos da violência ou os ditames das paixões asselvajadas.


        Em diluindo-se a sombra, ocorre a harmonia do eixo ego-self, ao tempo em que outros arquétipos como a animae o animus, a persona, proporcionam equilíbrio psicológico, qual ocorre em Jesus, que é o modelo da verdadeira individuação.


           É toda uma viagem realizada pelo selfintegrado, fulcro energético e central da personalidade.


        Sendo o self o desenhador de toda a trajetória da existência humana, desde o período infantil que se manifesta nos períodos oníricos, nos quais se apresenta através de símbolos arquetípicos, é natural que haja uma grande ansiedade no paciente que deseja a integração no self, a autoconsciência, podendo orientar os arquétipos perturbadores que antes geravam os conflitos e os transtornos de comportamento por falta de conhecimento da sua realidade.


        Todos podem alcançar esse momento culminante da evolução psíquica mediante o esforço que realizem para interpretar os símbolos e as angústias que lhe precedem à ocorrência.


         Santa Tereza d'Ávila alcançou-o mediante os momentosos êxtases que a conduziram ai estado de plenitude, de iluminação interior, assim como São Francisco de Assis, ou Michelangelo ao terminar de esculpir a estátua de Moisés, que o deslumbrou a tal ponto que exclamou, emocionado:

         - Parla!


       Era tão viva a obra que faltava apenas falar, para se tornar um ser real...


       Músicos e artistas de vária procedência, cientistas e mártires, filósofos éticos e místicos conseguiram essa integração perfeita, vivenciando o estado de plenitude que os acompanhou até o momento da desencarnação.


        Normalmente, um psicoterapeuta experiente pode conduzir os seus pacientes ao momento culminante da libertação dos seus transtornos quando os leva à individuação, como estágio superior e culminante da saúde integral.


      Jung logrou vivenciá-la, conseguindo individuar-se por meio dos métodos psicoterapêuticos por ele próprio elaborados.


       O mestre suíço elucidou, igualmente, que é possível conseguir-se a individuação quando se logra a assimilação das quatro funções por ele descritas como sensação, pensamento, intuição esentimento. Nos seus estudos alquímicos comparou a meta da individuação ao que sucede com a Opus ou Grande obra que os alquimistas tentaram vivenciar.


        É, portanto, um processo lento, contínuo e de elevação emocional.


        Pode-se alcançá-lo também mediante a oração, os fenômenos mediúnicos e paranormais, as regressões psicológicas que conduzem à fase infantil ou mesmo uterina, assim como às existências passadas, a meditação, de forma que todos os conteúdos inconscientes geradores do medo e da ansiedade, das angústias e inquietações possam ser diluídos por intermédio do enfrentamento consciente, nada deixando de enigmático nos painéis do inconsciente que possa ressurgir de forma assustadora...


        Essa conquista formosa torna o ser diferenciado, libertando-o dos clichês e das imposições sociais que sempre o escravizam, exigindo-lhe condicionamento, quando aspira por liberdade. Com essa conquista, o ser humano torna-se consciente de si mesmo, das responsabilidades que lhe dizem respeito no concerto da sociedade, encorajando-o para os ideais relevantes, embora raciocinando que novas situações difíceis surgirão, mas que poderão ser vivenciadas naturalmente.


        A individuação pode ser também denominada, no seu início, de alguma forma como sendo a participation mystique, de Lévy-Bruhl. Na etapa final, situando-se o self como a Imago Dei, numa conquista de unidade, que não isola o indivíduo, antes, pelo contrário, favorece o seu intercâmbio com as demais pessoas que passa a ver de maneira diferenciada de quando havia o predomínio do ego.


        É tão complexa que se pode afirmar que tem início, mas nunca termina, porque se trata da busca da perfeição, no relativo do mundo em que se encontra o ser humano.

[…]



        Vencendo as diferentes etapas do desenvolvimento emocional, logo surgem os primeiros alvores da individuação, em decorrência da superação ou conscientização dos arquétipos que geram sofrimento.


         As denominadas virtudes religiosas, que eram tidas como sendo heranças místicas, no momento da individuação adquirem o sentido de realização, quais o amor, que se transforma numa conquista relevante, indispensável para uma existência harmônica; a bondade, que multiplica os bens dos sentimentos elevados; a fé no futuro, como condição de estímulo – sentido e significado psicológico –para se prosseguir nas lutas naturais do processo evolutivo; a compaixão, em forma de solidariedade e de compreensão das aflições do próximo; a gratidão, como coroa de bênçãos por tudo quanto se conseguiu e pode realizar-se.

        A gratidão, filha dileta do amor sábio, enriquece a vida de beleza e de alegria porque com a sua presença tudo passa a ter significação enobrecida, ampliando os horizontes vivenciais daquele que a cultiva como recurso de promoção da vida em todos os sentidos.



FRANCO, Divaldo Pereira Franco pelo Espírito Joanna de Ângelis. Psicologia da Gratidão. Salvador, BA, Leal, 2011. p 240-4.