ENCONTRO
COM O SELF
Jung
definiu o self como
sendo a representação do
“objetivo
do homem inteiro, a realização de sua totalidade e de sua
individualidade, com ou contra a sua vontade. A dinâmica desse
processo é o instinto, que vigia para que tudo o que pertence a uma
vida individual figure ali, exatamente, com ou sem a concordância do
sujeito, que tenha consciência do que acontece, quer não.”
Capitaneado
pelo instinto, o self
experimenta a sua injunção, vivenciando um processo de
transformação contínuo e sublimante no rumo da individuação.
Muitas
vezes experimentando a própria sombra, tem como finalidade precípua
auxiliar o ego na sua integração plena durante a vigência do eixo
que os vincula e os influencia reciprocamente.
Apesar
da sombra ser geradora de muitos conflitos, deve-se considerar que em
muitas situações ela responde por vários fatores que produzem
alegria, relacionamentos felizes, motivações para se viver,
apresentando uma outra face oposta à sua constituição primitiva
como arquétipo.
Na
integração da anima
com o animus, a fim de
ser conseguida a harmonia, a sombra contribui com uma boa parcela de
entendimentos das suas finalidades, facultando a vivência de ambos
sem perturbação da persona.
Sendo ela o resultado da repressão de muitos sentimentos que não
puderam ser vivenciados, emerge do inconsciente e expressa-se muitas
vezes de maneira afligente.
Todos
creem, por exemplo, que a função do médico é sempre a de curar,
para a qual deve estar preparado, às ordens. Nada obstante, existem
outros fatores que o levam a mudanças dessa estrutura da persona,
assumindo também o comportamento de esposo e pai, de cidadão e
idealista com direito a outras atividades, significando essa
alteração a presença da sombra que lhe emerge do inconsciente
pessoal onde estão arquivadas, desde antes da concepção, as
heranças do inconsciente coletivo.
Numa
análise contemporânea, à luz dos ensinamentos espíritas, esses
arquivos do inconsciente coletivo são o resultado de vivências que
o Espírito realizou em reencarnações transatas através dos
tempos, conduzindo essas heranças impressas no seu perispírito (na
consciência, enquanto as vivenciando no seu período próprio). Em
razão disso, não seja de estranhar que se tornem rejeições da
consciência, que as mantém estáticas e uniformes, aguardando o
momento para poderem expressar-se.
Desse
modo, é certo que o indivíduo nasce com todas essas informações
adormecidas, que vão ressumando através dos tempos e tornando-se
conscientes pelo self.
[...]
FRANCO, Divaldo. JOANNA DE ANGELIS, ESP. Psicologia da Gratidão. Salvador, Leal. 2011 p 236-7.
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