sexta-feira, 10 de agosto de 2012

TRANSIÇÃO PLANETÁRIA E OS NOVOS TEMPOS

DIVALDO PEREIRA FRANCO*




          Senhoras, senhores, queridas irmãs, queridos irmãos espíritas, jovens, caros amigos internautas, caros amigos que nos acompanham através da Rádio Boa Nova, nossos votos cordiais de muita paz.

          Do ponto de vista psicológico, as criaturas humanas somos herdeiras de muitos mitos. Esses arquétipos que se encontram ínsitos em nosso inconsciente profundo respondem por muitos dos nossos conflitos, das nossas necessidades, das nossas buscas, porque invariavelmente trazemos culpas de atos impensados, de realizações infelizes, de comportamentos esdrúxulos, de fora da ética.

          É natural, portanto, que exista em nós uma boa quota de masoquismo e que façamos sempre o elogio do sofrimento, como na tradição cultural, o elogio da loucura ao invés da dedicação à ordem, à beleza, o encantamento e às coisas fascinantes da vida. Esse mecanismo de culpa exige do nosso comportamento a punição e é muito comum reencarnarmo-nos dominados pela timidez, por transtornos fóbicos, pela ansiedade e principalmente pelo medo de algo que não sabemos o que é.

          É a herança da culpa que está colocada em nosso mundo íntimo aguardando a oportunidade da reabilitação. Essa culpa individual responde pela culpa coletiva da sociedade, o que levou determinados indivíduos dotados de profetismo e de paranormalidade a apresentar um deus à imagem e à semelhança da própria criatura, com as suas paixões, com os seus sentimentos, predominando a imagem de um deus cruel, vingativo, insensível à nossa dor, perverso.

          A Jesus, na condição de psicoterapeuta especial, coube a sublime tarefa de desvelar Deus como sendo o amor, e de retirar de Deus aquela face antropomórfica para nos apresentar essa visão cósmica, a qual nos encontramos mergulhados, fascinados pelas sublimes leis de justiça, mas também de misericórdia, de amor e de compaixão.

É natural, dessa forma, que exista a culpa coletiva e naturalmente a necessidade de uma punitiva manifestação da Divindade. É por isso que, periodicamente, aparece, em nosso comportamento, as manifestações a respeito do fim do mundo, da destruição do mundo, em referindo-se ao planeta em que habitamos, da sua desintegração e uma série de desgraças que deveriam cair sobre a cabeça desses seres desditosos que somos nós. Essa necessidade punitiva olvida que Jesus veio exatamente para que nos libertássemos de qualquer manifestação de culpa, de pecado, através do Amor.

         O Espírito Joanna de Ângelis anota que nos dicionários do futuro desaparecerão duas palavras de nosso idioma: culpa e pecado. Porque a culpa, depois que está estabelecida, merece punição. E o pecado, exige o castigo correspondente. Essas palavras deverão ser substituídas pela responsabilidade. Não somos culpados pelos nossos erros, eles fazem parte do nosso processo antropológico da nossa evolução, da nossa ignorância a respeito da verdade. Então, ao invés de nos considerarmos culpados, devemos colocar em nossa mente, que somos responsáveis pelas consequências de nossos atos, bons ou negativos, porque serão esses atos negativos que nos ensinarão ao não mais os cometer.

          O Egrégio Codificador da Doutrina Espírita interrogou as entidades venerandas a respeito do bem, e esses mentores da humanidade elucidaram que o bem é tudo aquilo que é conforme às Leis de Deus. Equivale dizer que é tudo aquilo que está dentro dos soberanos códigos, que se encontram no Universo, e que o mal é a ausência deles. É a sua desobediência, deixando filosoficamente a impressão de que o mal não existe. O mal é resultado do equívoco, é semelhante a sombra que tem uma existência transitória até a chegada da Luz que a dilui.

          Dessa maneira, o bem sempre sobrepuja mesmo aquilo que em determinado momento pode parecer um grande mal, pois ensina o indivíduo a não mais tropeçar no que lhe proporciona desgaste, aflição, desagrado, injúria que nós chamaremos de mal. É natural, portanto, que com essa colocação otimista e justa da Boa Nova, essa culpa ancestral ceda lugar à responsabilidade da reabilitação pelos equívocos que praticamos ao largo do nosso processo reencarnacionista.
[...]
 *Transcrição do início da conferência de Divaldo Pereira Franco "Transição Planetária e os Novos Tempos" em fevereiro de 2012 no 28° Congresso Espírita do Estado de Goiás

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei...pois estou querendo ler este livro! Ótimo mesmo!sda