domingo, 13 de novembro de 2011







EXERCÍCIO TRADICIONAL DE MEDITAÇÃO


 Pare o que estiver fazendo; interrompa o que estiver pensando.
Fique à vontade. Relaxe.
Encontre seu equilíbrio. Se estiver sentado no chão de pernas cruzadas, acomode as pernas de modo a sentir que elas estão onde devem estar. Se você estiver sentado em uma almofada, arrume-a da maneira que preferir. Se estiver sentado em uma cadeira, apoie os pés uniformemente no chão. Se estiver de pé, ajeite o corpo.
Mantenha a coluna ereta e o corpo relaxado. Deixe cair os ombros.
Acomode-se no momento presente.
Deixe sua energia acomodar-se naturalmente; deixe sua respiração acomodar-se naturalmente; deixe que seus pensamentos se acomodem naturalmente.
Recupere o seu controle.
Venha para o momento presente.
Chegue aonde você deve estar.
Sinta-se no momento presente.
Inspire e expire.
Ao inspirar, concentre-se na respiração. Conte um.
Ao expirar, concentre-se na expiração. Conte dois.
Um ao inspirar, dois ao expirar.
Acompanhe o ritmo da respiração.
Deslize sobre a respiração.
Descanse a mente sobre a onda simples, regular e calma da respiração.
Conscientize-se do que está sentindo. Observe as sensações físicas que seu corpo está experimentando. Preste atenção à sensação nos ombros, observe os pensamentos que borbulham e ascendem à superfície da sua mente. Observe-os e simplesmente deixe-os ir embora. Você não precisa nem elaborá-los nem se envolver com eles. Continue a respirar. Focalize a inspiração. Focalize a expiração. E solte-se.
Acomode-se no momento presente. Permaneça consciente das ocorrências efetivamente percebidas de momento a momento: uma leve dor no ombro, o ruido próximo de um avião que acaba de decolar, o farfalhar das folhas das árvores ao vento, o som abafado da televisão do vizinho que passa pela parede, o zumbido de um radiador. Não reprima suas percepções ou sentimentos; observe simplesmente o que está acontecendo e deixe que se dissolva no novo momento que se inicia. Permaneça desperto; continue alerta; preste atenção.
Inspire... Expire. Permaneça concentrado. Solte cada respiração, não fique preso a ela. Solte cada pensamento; não fique preso a ele. Fique atento aos seus pensamentos; observe-os e solte-os. Se sentir dor no ombro, chame a sensação de “desconforto” e libere-a. Se o barulho do avião interromper sua concentração nomeie-o “ouvindo” e solte-o. Se a temperatura na sala esfriar, mencione “frio” e solte-o. Liberte-se de suas preocupações; não se prenda a elas. Liberte-se de qualquer tentativa de controlar a mente; não se atenha a isso. Solte-se um pouco mais cada vez que expirar.

DAS, Surya. O despertar do coração budista. Rio de Janeiro: Rocco, 2002. p103-4.

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